Fonte: Grupo Carta de Belém
Crédito das fotos: Mídia Ninja
Movimentos sociais e sindicais, redes nacionais e organizações de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais brasileiras realizaram na última quarta-feira, 6, no espaço da Coalizão COP 28, o evento de lançamento da Cúpula dos Povos da COP 30, que será realizado no Brasil, em 2025.
O encontro teve início com a participação de representantes dos movimentos signatários e outros que estão se juntando ao processo. Toya Manchineri, da COIAB, apresentou as várias confederações indígenas da Amazônia e apontou a importância dos povos indígenas nas lutas sociais frente às mudanças climáticas e da unidade nessa construção. Leticia Moraes, do CNS, falou dos conhecimentos tradicionais e de que estava muito feliz por estar aqui para poder dizer o que os povos extrativistas pensam.
Selma Dealdina, da CONAQ, fez uma homenagem emocionante para Nego Bispo, falou da necessidade de ampliar as vozes negras no processo, e que a COP 30 precisa ter acesso, acessibilidade e ser compreendida e internalizada na sociedade. Destacou que a COP precisa ser popular e humana, incluindo grupos sociais marginalizados das últimas duas COPs, como o LGBTQI+, realizadas em países violadores de direitos humanos. Luiz Vicente Facco, da CONTAG, apontou o desafio de ajustar as narrativas para ver se conseguimos estabelecer princípios e ações comuns, pensando estratégias para que nossas vozes sejam ouvidas.
Leila Meuer, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) parafraseou Pedro Tierra, dizendo que a liberdade da terra não é assunto só de lavrador, e fez um resgate de sua história no movimento e dos aprendizados dos povos que vivem na Amazônia e outros que, como ela, migraram para lá. Falou da importância da soberania alimentar e transição agroecológica. Já Mariana, da COP das Baixadas, disse que os amazônidas não são ouvidos e trouxe propostas sobre a yellow zone para a COP chegar nas periferias.
João Pedro, representando a Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, disse que, para o COP 30 ser diferente, precisamos fortalecer as lutas dos territórios de várias partes do mundo, dar substância e territorialidade.
Talia, do CONJUCLIMA, destacou a participação dos jovens nas discussões sobre clima e trouxe sua vivência amazônida e as dificuldades já sentidas em seu território pelos impactos da mineração.
Após as falas, foi lida por Alana Manchineri, da COIAB, a carta Rumo à Cúpula dos Povos da COP 30. Sara Pereira, do FOSPA, abriu o microfone para contribuição de outras organizações brasileiras e da América Latina inscritas, que complementaram as
reflexões.
O evento foi saudado como um passo importante para ampliar o processo de construção da Cúpula de forma autônoma e popular.