PONTO DE VISTA
José Sérgio Gabrielli, economista, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia e pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), foi um dos convidados do seminário sobre trabalho e transição energética promovido pela Secretaria Nacional de Meio Ambiente da CUT, em setembro, em Fortaleza.
O economista reafirmou a necessidade da transição do modelo de energia para mitigar os efeitos do aquecimento global provocado, sobretudo, pelos países mais ricos, que são os principais emissores de gases estufa. Segundo ele, essa mudança apresenta desafios e impactos, mas também traz muitas possibilidades, como a criação de uma nova indústria verde.
Em entrevista à Secretaria Nacional de Meio Ambiente da CUT, Gabrielli defendeu a importância da regulação, por parte do poder público, do processo de transição energética já em curso no país, e defendeu também a ampliação da participação social das comunidades afetadas.
Acerca do papel do sindicalismo na transição justa, Gabrielli afirmou que:
“O movimento sindical tem que começar a tratar desses novos temas, como cidadania, respeito à comunidade, respeito à cultura local, e de garantir que os impactos positivos sejam maiores do que os negativos, para além dos outros desafios que os sindicatos já enfrentam, como as mudanças no mundo do trabalho.”
Nesse sentido, ele considera fundamental a experiência de movimentos sociais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens e sindicatos de trabalhadores rurais, que tratam diretamente da relação com a comunidade e com a vida, mais do que da relação patrão-empregado.
Assista à entrevista completa: