L20: sindicalistas exigem transição energética com diálogo social e direitos trabalhistas

Fórum de Lideranças de Transição Justa. Crédito: Meline Cabral/CUT.

Documento com demandas da classe trabalhadora foi entregue aos líderes do G20 reunidos em Fortaleza, no dia 25 de julho

 

Escrito por: Bruna Provazi
Foto destacada: Fórum de Lideranças de Transição Justa. Crédito: Meline Cabral/CUT. 

 

Nos dias 23 e 24 de julho, representantes da CUT estiveram em Fortaleza, no Ceará, para a Cúpula do Labour 20 (L20), ou Grupo de Trabalho sobre Emprego, o qual reúne representantes de entidades trabalhistas dos países do G20 e federações sindicais internacionais. A partir dos diálogos promovidos pelo Grupo, foi elaborado um documento com as pautas da classe trabalhadora para os líderes mundiais.

O L20 é um dos grupos de consulta oficiais do G20, que buscam incidir sobre decisões de ministros e governos e representam um importante espaço de construção coletiva. A Cúpula do Labour 20 teve como tema: “Construir um mundo mais justo e um planeta sustentável através de um Novo Contrato Social”. Uma das principais pautas debatidas nesse espaço foi a necessidade de garantir participação social e direitos trabalhistas no processo de transição do modelo de energia, em um contexto mundial de ultraliberalismo.

Como explica o dirigente da CUT, Daniel Gaio:

“No Brasil e em grande parte do mundo, flexibilizações nas legislações trabalhistas têm gerado empregos cada vez menos decentes, e a luta pelo emprego decente tem uma conexão direta com a luta pela transição justa. Esses empregos que vêm nas novas configurações dos processos produtivos, infelizmente, acompanham os novos modelos de organização do capitalismo ultraliberal, que é de impor uma série de flexibilizações nos direitos, nas jornadas de trabalho, contratações e vínculos. Então a junção dessa transição energética, tão importante, com o neocolonialismo, impõe, principalmente para o Sul Global, uma demanda por materiais críticos, minerais, mais recursos naturais, além de uma demanda por trabalhos mais baratos, visando aumentar a acumulação para o Norte Global”.

A declaração resultante da Cúpula do L20 traçou como principal objetivo estabelecer um novo contrato social. Esse documento foi entregue aos Ministros do Trabalho e Emprego dos países do G20 na última quinta-feira (25), também em Fortaleza, paralelamente à Cúpula do L20. A partir desse diálogo, entidades sindicais buscam traçar estratégias conjuntas para alcançar uma Transição Justa, a fim de contribuir para a luta contra as mudanças climáticas a partir da perspectiva do mundo do trabalho.

 

Leia aqui os documentos dos Grupos de Trabalho.

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